Porcas Sextavadas: Guia Completo de Tipos, Classes e Especificação Técnica [2025]

Especifique porcas sextavadas corretamente: classes 5/8/10, tipos autotravantes, compatibilidade parafuso-porca. Dimensões ISO 4032, torques, prevenção afrouxamento.

Porcas Sextavadas: Guia Completo de Tipos, Classes e Especificação Técnica

Porcas sextavadas são elementos de fixação essenciais que trabalham em conjunto com parafusos para criar uniões mecânicas confiáveis. Este guia técnico completo aborda tipos, classes de resistência, compatibilidade e prevenção de afrouxamento.

O Que São Porcas Sextavadas?

Porcas sextavadas (ou hexagonais) são fixadores com rosca interna e formato externo hexagonal (6 faces), permitindo aperto com chave fixa, combinada ou soquete. Convertendo torque de rotação em força de compressão axial, mantêm componentes unidos.

Função na Conexão Aparafusada

Pré-Carga:

  • Aperto da porca gera tensão de tração no parafuso
  • Compressão nas peças unidas
  • Atrito entre faces impede desmontagem acidental

Distribuição de Tensões:

  • Porca distribui carga do parafuso na peça
  • Evita concentração de tensão (furos)
  • Protege roscas do parafuso

Normas e Especificações

Normas Internacionais

ISO 4032 (Atual):

  • Porcas sextavadas estilo 1 (altura padrão)
  • Harmonizada globalmente
  • Substitui DIN 934 (ainda muito referenciada)

ISO 4033:

  • Porcas sextavadas estilo 2 (altura elevada)
  • 1,5× altura da porca padrão
  • Maior resistência ao arrancamento de rosca

ISO 4034:

  • Porcas sextavadas baixas (altura reduzida)
  • Aplicações com restrição de espaço
  • Resistência inferior (menos roscas engajadas)

ABNT NBR ISO 4032:

  • Versão brasileira da norma ISO
  • Idêntica à internacional

ASTM A563:

  • Norma americana para porcas
  • Grades A, B, C, D, DH (equivalentes a classes ISO)

Dimensões Padrão ISO 4032

Rosca Chave (mm) Altura (mm) Diâmetro Círculo (mm) Peso (g)
M3 5,5 2,4 6,01 0,3
M4 7 3,2 7,66 0,7
M5 8 4,7 8,79 1,3
M6 10 5,2 11,05 2,2
M8 13 6,8 14,38 4,5
M10 16 8,4 17,77 8,4
M12 18 10,8 20,03 13,5
M14 21 12,8 23,35 21
M16 24 14,8 26,75 31
M18 27 15,8 29,56 39
M20 30 18,0 32,95 56
M22 34 19,4 37,29 74
M24 36 21,5 39,55 93
M27 41 23,8 45,20 130
M30 46 25,6 50,85 170

Tolerâncias:

  • Chave: ±0,1mm (classe A) ou ±0,2mm (classe B)
  • Altura: ±0,1mm
  • Rosca: 6H (folga normal com parafuso 6g)

Classes de Resistência

Sistema de Classificação ISO

Classes de porcas indicam tensão de prova (carga mínima suportada sem deformação permanente).

Classes Principais:

  • Classe 5: Baixa resistência (uso geral, não crítico)
  • Classe 8: Média resistência (padrão industrial)
  • Classe 10: Alta resistência (cargas elevadas)
  • Classe 12: Muito alta resistência (aplicações críticas)

Compatibilidade Parafuso-Porca

Regra Fundamental: Classe da porca deve ser igual ou superior à classe do parafuso.

Parafuso Porca Mínima Porca Recomendada Observação
4.6 / 4.8 Classe 4 Classe 5 Não crítico, uso geral
5.8 Classe 5 Classe 5 Padrão para estruturas leves
8.8 Classe 8 Classe 8 Mais comum na indústria
10.9 Classe 10 Classe 10 Equipamentos pesados
12.9 Classe 12 Classe 12 Aplicações críticas

⚠️ Erro Crítico: Usar porca classe 5 com parafuso 8.8 → Porca escoa antes do parafuso desenvolver pré-carga → Conexão frouxa.

Propriedades Mecânicas por Classe

Classe Tensão Prova (MPa) Dureza (HV) Material Típico
4 310 125-220 Aço baixo carbono
5 380 160-240 Aço médio carbono
8 600 250-335 Aço temperado/revenido
10 940 310-380 Aço liga temperado
12 1.150 385-450 Aço liga especial

Marcação de Identificação

Porcas Classe ≥8 devem ter marcação:

Face superior da porca:
┌──────────┐
│    8     │  ← Número da classe
│    •     │  ← Ponto = relógio (fabricante)
└──────────┘

Marcação por Relógio (Clock Marking):

  • Cada fabricante tem posição específica (1-12h)
  • Permite rastreabilidade
  • Obrigatório para classes 8, 10, 12

Porcas Classe 5: Geralmente sem marcação (identificação por cor ou ausência de marca).

Tipos de Porcas

1. Porca Sextavada Padrão (ISO 4032)

Características:

  • Altura = 0,8× diâmetro nominal
  • 6 faces planas (sextavado)
  • Rosca métrica ISO

Aplicações:

  • Uso geral industrial
  • Estruturas metálicas
  • Equipamentos
  • Conexões padrão

Vantagens:

  • Amplamente disponível
  • Custo baixo
  • Padronização global

Desvantagens:

  • Requer arruela em superfícies pintadas/macias
  • Pode afrouxar por vibração (sem travamento)

2. Porca Sextavada Alta (ISO 4033)

Características:

  • Altura = 1,2× diâmetro nominal (50% maior que padrão)
  • Maior número de roscas engajadas

Vantagens:

  • Resistência ao arrancamento superior (+40%)
  • Melhor distribuição de tensões
  • Ideal para materiais macios (alumínio)

Aplicações:

  • Junções em alumínio
  • Porcas em materiais de baixa resistência
  • Alternativa a insertos roscados

Custo: +15-25% sobre porca padrão

3. Porca Sextavada Baixa (ISO 4035 / DIN 439)

Características:

  • Altura = 0,5× diâmetro nominal (40% mais baixa)
  • Menos roscas engajadas

Vantagens:

  • Espaço reduzido (altura mínima)
  • Peso inferior (importante em aeronáutica)
  • Contraporca (segunda porca de travamento)

Desvantagens:

  • Resistência inferior (-30% vs. padrão)
  • Não adequada para cargas elevadas

Aplicações:

  • Ajustes finos (contraporca)
  • Aplicações com restrição de altura
  • Segunda porca em sistema de dupla porca

4. Porca Autotravante / Autofrenante (DIN 985 / ISO 10511)

Tipo 1 - Inserto de Nylon (Nyloc):

Características:

  • Anel de nylon na parte superior
  • Nylon deforma durante passagem do parafuso
  • Atrito nylon-rosca trava porca

Vantagens:

  • Resistência à vibração excelente
  • Não danifica rosca do parafuso
  • Reutilizável 3-5 vezes (nylon mantém elasticidade)

Desvantagens:

  • Temperatura máxima: 120°C (nylon degrada)
  • Não adequado para altas temperaturas
  • Custo: +30-50% sobre porca padrão

Aplicações:

  • Automotivo (suspensão, chassi)
  • Máquinas com vibração
  • Equipamentos móveis

Tipo 2 - Deformação Metálica (DIN 980 / All-Metal Prevailing Torque):

Características:

  • Topo da porca deformado (oval ou entalhado)
  • Interferência metal-metal trava rosca
  • Temperatura: até 300°C (sem degradação)

Vantagens:

  • Alta temperatura suportada
  • Maior resistência mecânica que nyloc
  • Reutilizável 1-2 vezes

Desvantagens:

  • Pode desgastar rosca do parafuso (reutilizações)
  • Torque de aperto 30-50% superior
  • Custo: +40-70% sobre padrão

Aplicações:

  • Motores (alta temperatura)
  • Equipamentos industriais pesados
  • Ambientes corrosivos + vibração

5. Porca Flangeada (DIN 6923)

Características:

  • Flange integrado na base da porca
  • Maior área de contato (2-3× porca padrão)
  • Dispensa arruela

Vantagens:

  • Distribui pressão (protege superfícies macias)
  • Montagem mais rápida (sem arruela)
  • Resistência à rotação (flange serrilhado)

Aplicações:

  • Chapas finas (evita deformação)
  • Superfícies pintadas
  • Montagens onde arruela é inconveniente

Custo: +20-40% sobre porca padrão

6. Porca Cega / Tampa (DIN 1587 / Cap Nut)

Características:

  • Topo fechado (cego)
  • Proteção da rosca e extremidade do parafuso
  • Estética (acabamento limpo)

Aplicações:

  • Acabamento decorativo
  • Proteção contra sujeira/umidade
  • Segurança (oculta ponta afiada do parafuso)

Observação: Não estrutural (altura reduzida).

7. Porca Castelo / Porca com Fenda (DIN 935 / Castle Nut)

Características:

  • Entalhes radiais no topo
  • Usada com contrapino (cotter pin)
  • Travamento positivo (mecânico, não por atrito)

Aplicações:

  • Automotivo (suspensão, direção)
  • Aeronáutico
  • Equipamentos críticos com rotação de eixos

Instalação:

  • Aperto até alinhamento de entalhe com furo do parafuso
  • Inserção de contrapino
  • Dobrar pernas do contrapino

Porcas em Materiais Especiais

Porcas Inox

AISI 304 (A2):

  • Resistência: 500-700 MPa (inferior a aço 8.8)
  • Corrosão: Boa (ambientes urbanos, internos)
  • Magnético: Não
  • Temperatura: -200°C a +400°C

AISI 316 (A4):

  • Resistência: 500-700 MPa
  • Corrosão: Excelente (marinho, químico)
  • Molibdênio (2-3%): Resistência a cloretos
  • Obrigatório: Ambientes marinhos/salinos

Designação:

  • A2-70: Inox 304, classe 70 (700 MPa)
  • A4-80: Inox 316, classe 80 (800 MPa)

Compatibilidade:

  • Parafuso inox → Porca inox (evita corrosão galvânica)
  • Parafuso aço zincado → Porca aço zincado

Prevenção de Gripamento:

  • Lubrificação obrigatória (pasta antiatrito)
  • Aperto lento, sem impacto
  • Evitar reutilização em aplicações críticas

Porcas Latão

Propriedades:

  • Resistência mecânica: Baixa (300-400 MPa)
  • Corrosão: Excelente
  • Condutor elétrico
  • Não magnético
  • Estética: Dourada (decorativa)

Aplicações:

  • Elétrica (baixa tensão, condutividade)
  • Instrumentação
  • Decoração
  • Ambientes úmidos (não estrutural)

Porcas Nylon

Propriedades:

  • Resistência mecânica: Muito baixa (50-80 MPa)
  • Isolante elétrico
  • Leve (densidade 1,1 g/cm³)
  • Resistência química: Moderada
  • Temperatura: -40°C a +80°C

Aplicações:

  • Isolamento elétrico
  • Redução de peso (aeroespacial não crítico)
  • Ambientes onde metal é proibido
  • Montagens temporárias

Torque de Aperto

Tabela de Torque - Porcas Classe 8

Rosca Torque (N·m) Torque (kgf·cm) Chave Tipo Ferramenta
M3 0,5 5 5,5mm Chave combinada
M4 1,2 12 7mm Chave combinada
M5 2,4 24 8mm Chave combinada
M6 4,2 43 10mm Chave combinada
M8 10 102 13mm Chave combinada
M10 20 204 16mm Torquímetro 3/8"
M12 35 357 18mm Torquímetro 1/2"
M14 55 561 21mm Torquímetro 1/2"
M16 85 867 24mm Torquímetro 1/2"
M20 165 1.683 30mm Torquímetro 3/4"
M24 290 2.958 36mm Torquímetro 3/4"
M30 560 5.712 46mm Torquímetro 1"

Condições:

  • Rosca e faces lubrificadas (μ = 0,12)
  • Parafuso classe 8.8
  • Porca classe 8
  • 75% do limite de escoamento

Ajustes Necessários:

Rosca Seca (Sem Lubrificação):

  • Reduzir torque em 30%

Parafuso Classe 10.9:

  • Aumentar torque em 25%

Parafuso Classe 12.9:

  • Aumentar torque em 50%

Porcas Autotravantes:

  • Aumentar torque em 30-50% (resistência do travamento)

Importância do Torque Correto

Subtorque (Aperto Insuficiente):

  • Pré-carga inadequada
  • Afrouxamento por vibração
  • Falha da conexão por fadiga

Sobretorque (Aperto Excessivo):

  • Escoamento do parafuso/porca
  • Quebra de rosca
  • Deformação permanente (perda de pré-carga)

Solução: Torquímetro calibrado (aplicações críticas).

Prevenção de Afrouxamento

Métodos de Travamento

1. Porca Autotravante (Nyloc ou Metal):

  • Melhor custo-benefício
  • Resistência à vibração: Excelente
  • Reutilizável: 3-5× (nyloc), 1-2× (metal)
  • Aplicação: Máquinas, veículos, equipamentos

2. Trava-Rosca Química:

  • Baixa resistência (Azul - ex: Loctite 243):

    • Desmontável com ferramenta manual
    • Temperatura: -55°C a +150°C
    • Aplicação: Montagens com manutenção periódica
  • Média resistência (Verde - ex: Loctite 270):

    • Desmontagem com aquecimento (250°C)
    • Permanente para tamanhos pequenos (M6-M10)
    • Aplicação: Montagem final, sem manutenção prevista

3. Arruela de Trava (Lock Washer):

  • Arruela de pressão (split washer):

    • Eficácia: Baixa (não previne afrouxamento por vibração)
    • Uso: Distribuir carga, não travamento
  • Arruela Nord-Lock (cunhas duplas):

    • Eficácia: Excelente (previne rotação)
    • Custo: Alto (R$ 5-30 por unidade)
    • Aplicação: Equipamentos críticos, alta vibração
  • Arruela dentada (serrilhada):

    • Eficácia: Moderada
    • Penetra superfície, resiste rotação
    • Aplicação: Chapas metálicas, madeira

4. Dupla Porca (Double Nut System):

  • Porca padrão + porca baixa (contraporca)
  • Aperto da contraporca contra porca principal
  • Eficácia: Moderada (inferior a autotravante)
  • Aplicação: Ajustes finos, equipamentos antigos

5. Arame de Freno (Safety Wire):

  • Arame de aço inox atravessa furos nas porcas
  • Liga múltiplas porcas em série
  • Aplicação: Aeronáutico, automotivo competição
  • Eficácia: Excelente (travamento positivo)

6. Porca Castelo + Contrapino:

  • Travamento mecânico positivo
  • Não afrouxa (contrapino impede rotação)
  • Aplicação: Suspensão automotiva, eixos rotativos

Comparação de Métodos

Método Eficácia Custo Reutilizável Aplicação Ideal
Porca autotravante nyloc ★★★★★ $ 3-5× Geral, vibração moderada
Porca autotravante metal ★★★★★ $$ 1-2× Alta temp., vibração
Trava-rosca azul ★★★★☆ $ Sim Manutenção periódica
Trava-rosca verde ★★★★★ $ Não Montagem final
Nord-Lock ★★★★★ $$$ Ilimitado Crítico, alta vibração
Arruela pressão ★★☆☆☆ $ Sim Distribuição carga
Dupla porca ★★★☆☆ $ Sim Ajustes, baixa vibração
Arame freno ★★★★★ $$ Não Aeronáutico, competição

Inspeção e Controle de Qualidade

Inspeção Visual (100% no Recebimento)

  • Marcação de classe legível (porcas ≥8)
  • Ausência de trincas, inclusões, deformações
  • Rosca limpa, sem rebarbas
  • Tratamento superficial uniforme (zincado, etc.)
  • Faces paralelas (não tortas)

Inspeção Dimensional (Amostragem 10 peças/lote)

  • Chave (across flats): Paquímetro ±0,1mm
  • Altura: Paquímetro ±0,1mm
  • Rosca: Calibrador passa/não-passa
  • Perpendicularidade faces (esquadro)

Ensaios Mecânicos (Lotes Críticos)

Dureza Vickers (3 amostras):

  • Classe 5: 160-240 HV
  • Classe 8: 250-335 HV
  • Classe 10: 310-380 HV

Tensão de Prova (1 amostra):

  • Ensaio de tração em máquina universal
  • Força aplicada até deformação permanente
  • Deve suportar tensão mínima da classe sem escoar

Critérios de Rejeição

Rejeição Imediata:

  • Trincas visíveis
  • Rosca danificada (impossível rosquear)
  • Marcação ausente (classe ≥8)
  • Deformação (faces não paralelas >0,5mm)
  • Corrosão superficial

FAQ - Perguntas Frequentes

1. Posso usar porca classe 5 com parafuso 8.8?

Não. Porca classe 5 escoa antes do parafuso 8.8 desenvolver pré-carga completa. Resultado: Conexão frouxa, risco de afrouxamento.

Regra: Classe da porca ≥ classe do parafuso.

2. Porca autotravante pode ser reutilizada?

Sim, mas com limites:

  • Nyloc (nylon): 3-5 reutilizações (nylon mantém elasticidade inicial)
  • All-metal: 1-2 reutilizações (deformação permanente reduz eficácia)
  • Inspeção: Se torque de travamento reduzir >30%, descartar

3. Qual a diferença entre porca alta e porca padrão?

Altura:

  • Padrão (ISO 4032): 0,8× diâmetro
  • Alta (ISO 4033): 1,2× diâmetro (+50%)

Resistência:

  • Alta tem +40% resistência ao arrancamento (mais roscas engajadas)
  • Recomendada para materiais macios (alumínio, plástico)

4. Porca inox pode ser usada com parafuso de aço carbono?

Tecnicamente sim, mas não recomendado:

  • Corrosão galvânica (par inox-aço zincado em ambiente úmido)
  • Inox atua como cátodo, aço zincado como ânodo → Aço corrói aceleradamente
  • Solução: Usar ambos do mesmo material (inox com inox, aço com aço)

5. Como evitar gripamento em porcas inox?

Medidas Obrigatórias:

  1. Lubrificação com pasta antiatrito (base mica, cobre ou PTFE)
  2. Aperto lento e constante (não impacto)
  3. Evitar reutilização em aplicações críticas
  4. Considerar revestimento PTFE/Xylan em montagens frequentes

Sinais de gripamento: Resistência crescente, aquecimento, impossibilidade de remoção.

6. Arruela de pressão previne afrouxamento por vibração?

Não efetivamente. Estudos mostram que arruelas de pressão (split washer) têm eficácia mínima contra afrouxamento por vibração.

Alternativas eficazes:

  • Porca autotravante
  • Trava-rosca química
  • Nord-Lock
  • Dupla porca

Arruela de pressão serve para: Distribuir carga, compensar irregularidades superficiais.

7. Quantas vezes posso apertar/desapertar uma conexão?

Depende do tipo:

  • Porca padrão com parafuso métrico: Ilimitado (desde que rosca não danificada)
  • Porca autotravante nyloc: 3-5× máximo
  • Porca autotravante metal: 1-2× máximo
  • Com trava-rosca química: Limpeza e reaplicação a cada desmontagem

Aplicações críticas: Substituir porca após cada desmontagem (segurança).

8. Porca flangeada substitui porca + arruela?

Sim. Porca flangeada tem flange integrado que:

  • Distribui pressão (função da arruela)
  • Resiste rotação (flange serrilhado)
  • Acelera montagem (um componente em vez de dois)

Custo: +20-40% sobre porca padrão, mas economiza arruela (custo líquido similar).

9. Como escolher entre porca nyloc e all-metal?

Use Nyloc se:

  • Temperatura ≤120°C
  • 3-5 desmontagens previstas
  • Custo é fator importante
  • Vibração moderada

Use All-Metal se:

  • Temperatura >120°C (motores, escape)
  • Máximo 1-2 desmontagens
  • Resistência mecânica crítica
  • Ambientes químicos agressivos (nylon degrada)

10. Posso usar porca métrica em parafuso UNC (polegada)?

Não. Roscas métricas e polegadas são incompatíveis:

  • Passo diferente (métrica: mm, UNC: fios por polegada)
  • Ângulo de rosca diferente (métrica: 60°, Whitworth: 55°)
  • Forçar danifica roscas irreversivelmente

Solução: Use porca correspondente (UNC com UNC, métrica com métrica).

Checklist de Especificação

Ao especificar porcas, forneça:

  • Rosca: M6, M8, M10, M12, etc.
  • Norma: ISO 4032 (padrão), ISO 4033 (alta), ISO 4035 (baixa)
  • Classe: 5, 8, 10, 12 (compatível com parafuso)
  • Material: Aço carbono, inox 304 (A2), inox 316 (A4)
  • Tratamento: Zincado, galvanizado, natural (inox)
  • Tipo especial: Autotravante (nyloc/metal), flangeada, cega, castelo
  • Quantidade: Unitário, lote, consumo anual

Exemplo: Porca ISO 4032 - M12 - Classe 8 - Aço Zincado - Quantidade: 1.000 unidades

Conclusão

Porcas sextavadas, embora componentes simples, são críticas para confiabilidade de conexões aparafusadas. A especificação correta de classe, tipo e método de travamento garante segurança, durabilidade e desempenho adequado.

Principais Takeaways

  • Classe da porca ≥ classe do parafuso (regra fundamental)
  • Porcas autotravantes previnem afrouxamento por vibração
  • Torque controlado essencial para pré-carga adequada
  • Compatibilidade de materiais evita corrosão galvânica
  • Lubrificação obrigatória em inox (previne gripamento)

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Atualizado: Janeiro 2025 Referências: ISO 4032, ISO 898-2, ASTM A563, DIN 934, DIN 985

Sobre o Autor

👨‍🔬

Eng. Carlos Roberto Silva

Especialista Técnico em Fixadores Industriais

  • ✓ 15+ anos em especificação de fixadores industriais
  • ✓ Certificado em normas ABNT NBR ISO 898-1 e ISO 4762
  • ✓ Especialista em normas ASTM F568M para aplicações críticas
  • ✓ Membro ativo do Comitê de Fixadores da ABNT
  • ✓ Experiência em projetos automotivos, offshore e aeroespaciais

Formado em Engenharia Mecânica pela USP, Carlos atua há mais de uma década na especificação técnica de fixadores para aplicações críticas. Responsável pela validação de especificações técnicas na CotaFix, contribui regularmente para atualizações de normas brasileiras e internacionais.

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